A ideia de que o conhecimento científico, de todos os tipos, deve ser compartilhado abertamente tão cedo quanto praticável no processo de descoberta. —Michael Nielsen
Acaba de ser publicada a versão 1.0 do Open Science Training Handbook, um manual escrito por quatorze membros super ativos em comunidades de ciência aberta.
Além de ser potencialmente útil e de haver um grupo apoiando seu uso em treinamentos, trata-se de um trabalho colaborativo aberto à contribuições. Todos esses pontos estão explicados com instruções na introdução do livro.
No próximo dia 12, quinta-feira, acontecerá o seminário Ciência Aberta, Ciência Cidadã, Ciência Comum, com apresentações dos pós-doutorandos o LIINC: Bia Martins, Anne Clinio e Henrique Parra, em debate com Miguel Said da UFABC.
Coordenadas: Dia 12 de abril de 2018 das 14:00 às 17:00 no Auditório Manuel Maurício de Albuquerque, Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFRJ, campus da Praia Vermelha, Rio de Janeiro.
Convido a submeterem resumo para o Esocite 2018 – XII Jornadas Latinoamericanas de Estudios Sociales de la Ciencia y la Tecnología, a realizar-se de 18 a 20 de julho, em Santiago do Chile.
Neste evento, estarei coordenando, junto com Carla Alvial Palavicino (NUMIES – UDP, Chile), María Alejandra Tejeda (Universidad Javeriana, Colombia) e Mariano Fressoli (Fundación CENIT, Argentina), a Sessão Temática “Do acesso aberto à ciência aberta: desafios, politicas e práticas no contexto latino-americano”, cuja descrição segue em anexo.
Del acceso abierto a la ciencia abierta: desafíos, políticas y prácticas en el contexto latinoamericano
Organizadores
Sarita Albagli, IBCT – UFRJ, Brasil
Carla Alvial Palavicino, NUMIES – UDP, Chile
María Alejandra Tejeda, Universidad Javeriana y STePS – Universidad de Twente, Colombia
Mariano Fressoli, Fundación CENIT, Argentina
La ciencia abierta está cambiando rápidamente la forma de acceder y utilizar el conocimiento científico. La acceso abierto, y la producción abierta y colaborativa permite que los científicos accedan a una cantidad de información que antes no se encontraba disponible: como datos de investigación, proyectos, software científico, diseños de instrumental, evaluaciones, cuadernos de laboratorio, etc.. Sin embargo, la realización de estos beneficios desafía las prácticas convencionales de la producción científica, tales como los esquemas que promueven la comercialización del conocimiento, las formas de evaluación por productividad.
Con respecto a acceso abierto, latinoamérica ha sido pionera en los temas de producción científica con los diferentes repositorios como son RedAlyc, Scielo, Clacso. Además existen experiencias incipientes de ciencia abierta. Sin embargo, estos desarrollos están alejados de las políticas de acceso y producción científica abiertas lideradas hoy por la Unión Europea y OCDE, permitiendo que un camino desarrollado de vea permeado por los requerimientos y miradas externas a nuestros contexto.
Este panel tiene como objetivo comprender de qué manera las experiencias de ciencia abierta pueden enfrentar las tensiones que existen con las prácticas convencionales de producción y comunicación científica. Para ello se explorarán cuestiones como: ¿Cuáles son los distintos significados de apertura de la ciencia? ¿Cómo concilian sus intereses por la apertura con las necesidades de cumplir con esquemas de evaluación e incentivos vigentes? ¿En qué modelos y criterios institucionales y regulatorios de evaluación, incentivo y fomento a la apertura en ciencia podrían inspirarse nuestra región? ¿Cómo se articula el rol del acceso abierto, sus políticas y prácticas, ante las nuevas cuestiones traídas por el movimiento de ciencia abierta y las diferencias que existen entre sur y norte global?
En particular, este panel busca discutir (i) la relación entre ciencia abierta y distintas formas de financiamiento de la investigación, en particular en Latinoamérica (ii) el efecto de la internacionalización de las universidades y la carrera académica, y el inclinación que existe hacia métricas y repositorios internacionales por sobre los latinoamericanos (iii) las lógicas detrás de políticas de ciencia abierta, con respecto a los objetivos de educación, comunicación de la ciencia y política pública que se buscan resolver a través de su implementación, en contraste con las brechas existentes en Latinoamérica en cada una de estas áreas (iv) incorporación de políticas de acceso abierto modelos de medición de impacto de la CTI, en particular en relación a valoración e impacto social de la investigación y (v) las nuevas agendas y desafíos (técnico, institucionales, culturales) del acceso abierto, ante las cuestiones de la ciencia abierta (datos abiertos, preprints, formatos abiertos, licencias abiertas, infraestructuras abiertas, entre otros).
O vídeo é resultado do projeto Ciência Aberta Ubatuba, uma pesquisa-ação, coordenada pelo IBICT, como parte da OCSDNet Open and Collaborative Science in Development , com o apoio financeiro do IDRC/Canada e da UKAid.
As imagens foram gravadas ao longo da realização do projeto e complementadas com entrevistas para a produção do vídeo. Estão sendo também lançados mais 17 entrevistas gravadas durante a sua produção.
Oi pessoal, dia 25 de maio ocorre em Recife um encontro super legal promovido pelo Grupo de Métodos de Pesquisa em Ciência Política (MPCP/UFPE), focado em práticas de Ciência Aberta na ciência política, economia e disciplinas correlatas.
O workshop busca oferecer aos participantes, por meio de uma perspectiva multidisciplinar, a compreensão das melhores práticas para pesquisa aberta e replicável nas Ciências Sociais. A programação será composta por profissionais com expertise em transparência científica e haverá um espaço destinado ao trabalho colaborativo e a capacitação prática dos participantes.
A Mozilla Science está recebendo propostas de Fellows – que são financiados por 10 meses para promover abertura nas suas instituições – e de Mini-Grants – para projetos em prototipagem, comunidade e treinamento em Ciência Aberta.
Em teoria a vida como pesquisador é ótima. Eles tem a possibilidade de aprender sobre um assunto que amam e fazer experimentos que irão gerar dados inéditos, que por sua vez permitirão responder perguntas até então sem resposta e extender as fronteiras do conhecimento humano. Se eles fizerem seu trabalho de maneira correta, a pesquisa também pode levar a uma melhoria da qualidade de vida. Porém quando a realidade se impõe, percebemos que os frutos dessa carreira vem a passos lentos, e muitas vezes de pouco alcance. O progresso da ciência é constante, mas vagaroso, com um intervalo de anos, se não décadas, entre a sugestão de novas teorias e sua consolidação, ou ainda, da dispersão de conhecimento na sociedade em forma de novos produtos/terapias e modos de pensar.
Figura 01: O tamanho dos territórios representa a proporção de todos os artigos científicos publicados em 2001. Modified from Worldmapper.org
Uma das razões para essa demora é que a pesquisa é feita por um número pequeno de pessoas, em um número limitado de lugares (Figura 1). Como pode ser visto no mapa, a distribuição da produção científica (nesse exemplo, medida em número de artigos publicados), é altamente desigual, e não correlacionada com o número de habitantes de um país. Japão e Nigéria por exemplo, tem populações de tamanho similar (~127 e 148 milhões de habitantes respectivamente), mas uma disparidade incrível na quantidade de artigos publicados. Infelizmente os resultados do país africano são similares a uma grande parte de outros na África Subsaariana. Essa distribuição desigual leva, entre outras coisas, ao fenômeno de “fuga de cérebros”, onde pesquisadores deixam seus países de origem em busca de melhores condições de trabalho. Esse fenômeno leva por sua vez a uma piora nas condições de desenvolvimento e de desiqualdade global (1). É necessário lembrar que em um mundo interconectado a pobreza e condições de vida ruins geradas por destribuição desiqual da riqueza, afetam não apenas pessoas vivendo em países distantes, mas a todos nós, e a menos que façamos algo a respeito, problemas atuais, como a crise de refugiados e o aumento de movimentos com inclinações terroristas irão apenas piorar (2).
Uma possível solução para tornar as condições de trabalho mais interessantes em nações em desenvolvimento, é investir na melhoria tanto da capacidade técnica como da infraestrutura local a ponto de torná-los competitivos e atrativos para pesquisadores do mundo todo. Esses são os objetivos do TReND in Africa (3), uma ONG fundada por três pesquisadores: Lucia Prieto, Sadiq Yussuf, e Tom Baden (das universidades de Lausanne, Kempala e Brighton, respectivamente). A organização atua no nível universitário, e é mantida por um time de aproximadamente 50 voluntários, que vão desde alunos de mestrado até professores eméritos, vindos de diferentes países e de diferentes áreas do conhecimento (Figura 2).
Figura 02: A rede de voluntários, ex-alunos e instituições parceiras do TReND. Modificado de www.trendinafrica.org
– Workshops/cursos de verão – Vários Workshops e cursos de verão foram realizados até hoje, em diferentes áreas do conhecimento (alguns exemplos são neurociência e genética, bioinformática, redação científica, neurociência computacional, construção de equipamento de laboratório sob licensas de código aberto). Os cursos ocorrem em instituições africanas e recebem alunos de diversas universidades do continente que passam por treinamento intensivo (de duas a três semanas) com conteúdo ministrado por especialistas do mundo todo.
– Construção de infraestrutura – Equipamentos doados aoTReND são colocados a disposição de pesquisadores de instituições africanas através de um catálogo. O pesquisador requisitante recebe o equipamento necessário após se comprometer a compartilhar o equipamento com terceiros que tenham interesse em realizar experimentos similares.
– Ensinar na África – Esse programa faz o intermédio de pesquisadores doutores, em qualquer estágio de suas carreiras, que queiram passar períodos prolongados (geralmente um ou dois semestres) como pesquisadores visitantes em instituições africanas para exercer pesquisa e lecionar alunos nos programas de gradução e pós das instituições participantes.
Extensão – Ex-alunos dos cursos visitam escolas de ensino médio e fundamental para dividir experiências sobre a vida como pesquisador, e realizar experimentos nas salas de aula para demonstrar as maravilhas da ciência. O intuito deste programa é mudar a percepção das crianças sobre a carreira ciêntifica, quebrando conceitos falhos e demonstrando que existem caminhos “alternativos” para além de medicina, direito e engenharia.
Apesar da ONG ser relativamente nova, fundada em 2011, algumas notícias e resultados interessantes estão começando a aparecer, entre eles:
– Vários relatos de ex-alunos sobre a aplicabilidade do conhecimento adiquirido nos cursos e workshops.
– O engajamento e iniciativa própria de ex-alunos ao criar e executar projetos de extensão.
Esses exemplos indicam que os esforços do TReND estão tendo um efeito multiplicador, já que o conhecimento e equipamentos compartilhados estão sendo usados e novamente compartilhados com terceiros. Eles também indicam que a organização está indo na direção correta, já que os ex-alunos são capazes de utilizar os novos conhecimentos para se tornarem mais independentes e aumentarem sua capacidade científica. Caso o efeito multiplicador se mantenha, pesquisadores do continente Africano terão condições de influenciar de maneira significantiva o futuro de suas nações, já que eles serão capazes de produzir ciência mais transparente, confiável e de custo acessível, focando nos interesses e problemas locais. Além disso, o problema de “fuga de cérebros” poderia ser minimizado, já que grandes movimentos migratórios valeriam menos a pena.
Referências:
1) Kasper, J; Bajunirwe, F; 2012 – Brain drain in sub-Saharan Africa: Contributing factors, potential remedies and the role of academic medical centres. Archives of disease in childhood 97:11 973-979
Reforçamos o convite a todos para participar da OpenCon 2016 Campinas. A menos de 1 semana do evento, o encontro já conta com 200 inscritos e 40 submissões de posters que serão apresentados durante a conferência (inscrições prolongadas referente à data do poster abaixo). Registre-se já!
Esta é uma adaptação da newsletter do Mozilla Science, edição de Junho.
Chamada à comunidade Mozilla Science
Na chamada à comunidade deste mês, palestrantes falaram sobre co-working e colaboração. Sydette Harry falou sobre o The Coral Project, Alexander Naydenov sobre o Paper Hive, Mark Merrill sobre o Aquarium, e Gerald Rich sobre o Data Proofer.
Seja um embaixador PaperHive
PaperHive é uma plataforma de co-working para pesquisadores que desejam fazer leitura colaborativa. Para ser um embaixador da plataforma, entre em contato: @paperhive ou info@paperhive.org
Grupo de estudos Mozilla Science
No último grupo de estudos, falamos sobre Biojulia, um aplicativo de linguagem Julia para informática. Podem ser acessados o Etherpad e o vídeo da reunião.
Nesse mês falamos com Amel Ghouila, que gerencia o grupo na Tunísia. Conheça melhor o grupo.
Projetos
A reunião de Projetos do mês contou com a participação de Anna Krystalli, membro da Universidade de Sheffield, e Karthik Ram, co-fundador do rOpenSci. Karthik é um cientista de dados e defensor da ciência aberta na UC Berkeley.
A Global Sprint da Mozilla foi um sucesso, com aproximadamente 35 locais hospendando mais de 50 horas de hacking. Veja as estatísticas, gráficos, dados e siga os projetos do evento.
Mozilla festival
Acontece em Agosto o Mozilla Festival, evento anual de três dias com palestras, ferramentas, workshops, e projetos artísticos sobre ciência aberta. Faça propostas para o evento e se inscreva.