#BOAI15, 15 Anos da Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto

A declaração da Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto (Budapest Open Access Initiative, ou BOAI) foi publicada em 14 de fevereiro de 2002. Prestes a completar 15 anos, a Iniciativa de Budapeste é um dos marcos iniciais do movimento pelo acesso aberto à informação científica. Seu conceito de “open access” acabou se tornando padrão mundial:

“Por ‘acesso aberto’ a esta literatura, nos referimos à sua disponibilidade gratuita na internet, permitindo a qualquer usuário a ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou usar desta literatura com qualquer propósito legal, sem nenhuma barreira financeira, legal ou técnica que não o simples acesso à internet. A única limitação quanto à reprodução e distribuição, e o único papel do copyright neste domínio sendo o controle por parte dos autores sobre a integridade de seu trabalho e o direito de ser propriamente reconhecido e citado.”

Para avaliar o impacto da BOAI e repensar sua relevância para o futuro, a Iniciativa está promovendo uma consulta pública, disponível em http://budapestopenaccessinitiative.org/boai15-1 até 20/01/2017.

Ao longo do tempo, o movimento pelo acesso aberto ganhou força, mas os desafios persistem. Exemplo disso são os recentes problemas nas negociações entre a Elsevier e governos, universidades e consórcios de bibliotecas em países como Taiwan, Alemanha, e Peru. Pesquisadores e instituições continuam tendo de escolher entre gastar cada vez mais com assinaturas ou perder acesso a periódicos relevantes. O Brasil, segundo o jornalista Maurício Tuffani, deve gastar em 2017 R$ 402,9 milhões com o Portal de Periódicos da CAPES, um aumento de 16,9% em relação a 2016. Com a perspectiva de cortes de gastos e congelamento de despesas nas próximas décadas, fica no ar a questão de até quando poderemos manter esse ritmo.

A partir das respostas ao questionário BOAI15, a Iniciativa de Budapeste pretende elaborar e atualizar recomendações que promovam o acesso aberto. Seria especialmente interessante levar a perspectiva brasileira/latinoamericana para essa discussão, já que nossos problemas nessa área são diferentes daqueles vividos na Europa e nos EUA. Participe você também respondendo à pesquisa e divulgando-a entre seus contatos até o dia 20 de janeiro de 2017.

Carioca, bibliotecária não-praticante e acadêmica em construção. Mestre em Ciência da Informação pela UFF (2014), atual doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Interessada em acesso aberto, ciência aberta, e métricas alternativas.

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